Carroceiros tiram a paz de moradores da Zona Norte de Natal
- midiadigitalufrn20
- 29 de abr. de 2014
- 2 min de leitura
Quem transita com frequência pelo cruzamento da Rua Florianópolis com a Avenida das Fronteiras, no Conjunto Santa Catarina, Zona Norte de Natal, vê-se obrigado a andar em meio ao lixo, no terreno descampado que serve para atravessar com segurança de uma via para outra. A maioria prefere não se arriscar a disputar espaço com os veículos.
No local estão amontoados sacos plásticos, garrafas pet, carcaças de animais, restos de comida, utensílios domésticos sem condições de uso, galhos de árvores e um monte de coisa que qualquer um pode chamar de lixo. Tudo descartado ao ar livre, propiciando o aparecimento de ratos e insetos e colocando em risco a saúde da população que mora nas proximidades. Não há qualquer sinalização de "proibido colocar lixo".
Tiago Santos é um dos que convive diariamente com o problema. Aluno do curso técnico em Comércio do Campus Natal-Zona Norte do IFRN, que fica a 200 metros do lugar, ele já perdeu as contas das reclamações que ouviu dos colegas de escola que, no caminho para o Instituto, têm de passar pelo local: "A URBANA faz sempre a limpeza do terreno, mas no dia seguinte já tem lixo de novo. Os estudantes do IFRN que moram no [bairro] Nossa Senhora da Apresentação e aqueles que usam a parada de ônibus da linha 50 são os mais prejudicados pela falta de consciência das pessoas que descartam lixo ali", comenta.
E não é difícil achar gente descontente com o problema. À espera do ônibus, a dona de casa Ana Pinheiro (43) reclama da situação. Ela não poupa os carroceiros que, segundo ela, são os principais responsáveis por despejar lixo no local: "Eles não têm vergonha na cara. São pagos para recolher entulho das casas, que é normalmente despejado aqui. É um absurdo", desabafa.
Questionada sobre os motivos da inércia dos moradores com relação ao fato, ela revela: "As pessoas têm medo de denunciá-los. Eu, inclusive, já cansei de reclamar com alguns deles, mas são gente que, na maioria das vezes, não tem nada a perder. Podem fazer algo mal conosco", explica.
Nem a presença, a poucos metros, de um distrito da polícia rodoviária intimida a ação de quem polui o espaço: "As autoridades não estão nem aí para nós. A polícia assiste a isso passivamente. A URBANA somente faz a limpeza, mas logo tem lixo novamente. E o que falar do conselho comunitário do bairro?", expõe em tom de indignação.
Para obter informações sobre a periodicidade da limpeza do descampado, entramos em contato com o setor de atendimento da URBANA no fim da tarde de terça-feira (29). No entanto, o responsável pelos esclarecimentos não estava presente. Diante disso, encaminhamos mensagem para o e-mail do órgão, do qual aguardamos resposta para atualizar a publicação.
Ligamos também para o conselho comunitário, no intervalo de 16h às 18h, mas ninguém atendeu a nossas ligações.
Para mais informações sobre este e outros assuntos, acesse o blog diariamente e interaja conosco nas redes sociais.
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