Artesão potiguar cria luminárias decorativas com canos PVC

Por Natália Noronha

O que a decoração de uma casa pode ter em comum com tubos de esgoto? A resposta para essa pergunta você encontra na arte de Dinarte Lima, técnico administrativo do Centro de Tecnologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte – CT/UFRN há 21 anos e artesão nas horas vagas. Antigo fã do artesanato, Dinarte cria, há três anos, luminárias decorativas feitas com canos de PVC, material utilizado em obras de engenharia e tubos para passagem de esgoto.

“Espécie de desafio”, como encarou o artesão, a arte começou como um hobby, sendo feita apenas para familiares e amigos. “Costumava frequentar a [Feira] Brasil Mostra Brasil e contemplar os trabalhos dos artesãos. Sempre apreciei o artesanato”, afirmou. Em 2011, entrou em contato com empresas de construção para solicitar doações de canos PVC. Uma empresa o respondeu e cedeu o material, que havia restado de uma das obras feitas pela empresa. Dinarte então viu no produto descartável a possibilidade de se fazer arte.

Além de receber doações de empresas, o artesão também adquire o PVC em lojas especializadas. Após ter o cano em mãos, lava e lixa o material, a fim de descartar os pequenos resíduos de concreto, e depois utiliza a lixa d’água para tirar as imperfeições. No próximo passo, faz o desenho em papel e passa para o PVC. Finalmente, utiliza a mini-retífica, uma máquina para fins de construção e reformas que Dinarte utiliza para perfurar o cano. O resultado você confere nas fotos a seguir:

Foto: Reprodução/Facebook.

Perguntado sobre a questão da sustentabilidade, Dinarte afirma que vê a sua arte como uma incentivadora do pensar ecológico. “Quando você faz um artesanato e utiliza uma peça que iria para o lixo, passa a ver tudo com outros olhos”, assume o artesão. Para Lima, é sempre possível reaproveitar um resíduo e transformá-lo em obra de arte; tanto o produto final quanto o seu novo destino lhe dão grande satisfação.

Momento da feitura da luminária. Foto: Reprodução/Facebook.

A reação das pessoas diante das luminárias é algo que diverte o artesão. Segundo Lima, alguns de seus clientes encomendam a peça em sua forma original, ou seja, sem ter sido pintada, a fim de fazer com que se perceba que a arte é, na verdade, um cano utilizado em obras de construção. “As pessoas perguntam: ‘É um cano d’água? Aquele de esgoto? Acredito não!’”, brinca Dinarte.

A luminária é composta de: PVC trabalhado; cantoneira (peça para segurar o soquete, que serve para rosquear a lâmpada); lâmpada (econômica, de preferência não incandescente) e uma base de metal, que é usada originalmente para fixar box para banheiros. Foto: Reprodução/Facebook.